domingo, 13 de novembro de 2011

“USO DO PRIVADO NO PÚBLICO”: ORDEM PÚBLICA E CORONELISMO EM SERGIPE (1889-1930)


As elites de Aracaju tinham um discurso modernizador de ordem e progresso, porém as relações de poder em Sergipe não eram tão calmas e tranquilas como a elite defendia, havia um descontrole na ordem pública com o aumento das subdelegacias nas décadas de 10 e 20.  
            O uso do privado no público interferia na ordem pública, pois os poderes locais manipulavam o público em prol do privado e de interesses pessoais causando muitas vezes conflitos entre as autoridades. Os órgãos públicos de Sergipe responsáveis pela manutenção da ordem em Aracaju e regiões circunvizinhas ficavam a mercê das relações pessoais de poder que as autoridades locais de determinada região exercia na sua localidade, fazendo uso do privado no público em prol de seus próprios interesses eram os chamados “coronéis” que tinham poder para colocar no cargo público aqueles escolhidos por eles próprios era a velha prática do dar e receber, ou seja, cargos de chefia eram exercidos por pessoas incapacitadas e leigos.
                   As comarcas, delegacias, penitenciárias, casas de prisão, a polícia em Sergipe não foram eficientes para exercerem seus papéis de controle público, pois não controlava totalmente a população e o banditismo, porém o discurso das elites propõe em seus relatos mostrar para a população e seus eleitores que garantiram a ordem em Sergipe graças à eficácia da polícia e ao povo sergipano.
            Portanto, as relações pessoais de poder em Sergipe em prol de interesses individuais interferiam no andamento das comarcas, delegacias, cadeias e na funcionalidade da polícia, já o discurso modernizador das elites sergipanas se contradiz ao analisarmos mais profundamente a manutenção da ordem pública.    
  
 Referência:
SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. “Uso do privado no público”: ordem pública e coronelismo em Sergipe. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010, p.161-178.   

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